O nascimento dos Maltas

No ano de 849, Issartel entrava em um belo estágio comercial. À medida que seu poder econômico parecia crescer, nas sombras a autoridade militar avançava, quase que uma ameaça silenciosa de que a qualquer momento poderia atacar qualquer reino vizinho para conquistar território ou subjugá-lo ao grande reino. No entanto, foi o continente de Centúria que foi subjugado a doença maltense ou praga do sangue negro. O primeiro caso aconteceu na fronteira do ducado de Tafeld e Wagrove, no condado de Malta, onde um viajante adoeceu após banhar-se em águas proibidas. Em poucas semanas, rapidamente, se espalhou em ambas as regiões. As vítimas expeliram sangue escuro durante a tosse, às vezes o vomitava ou sangrava de vários orifícios.

De início os ducados se fecharam parcialmente para evitar o contato com os doentes, mas perceberam tarde demais que essa escolha não seguiria por muito tempo. O caso mais emblemático foi o fechamento total da fortaleza externa da cidade real de Leham e pela primeira vez desde sua criação, trancou seus portões e esqueceram onde colocaram a chave. A população residente em seu exterior rogava súplicas para adentrar na segurança da fortaleza, mas os guardas haviam recebido ordens estritas para que não o fizessem.

Em semanas os doentes aumentaram exponencialmente dentro dos territórios e os médicos não davam conta da quantidade exorbitante de pacientes. Até mesmo o rei Harberon e o príncipe herdeiro Rowan sucubiram a doença. Nos meses seguintes a doença foi diminuindo os casos e alguns que sobreviveram estavam… diferentes. Mudados por fora e provavelmente por dentro. Um menino começou a falar em vários idiomas, sendo que nunca viajou além do Grande Mar ou conheceu um viajante. Uma mulher apareceu com os olhos idênticos a de um gato. Um homem moribundo conseguiu recuperar um braço após decepá-lo em um acidente com um machado. Em dois anos após a doença, essas pessoas foram levadas pela Inquisição.